A "doença" de Monisa

Já era certo que Monisa sempre foi uma doente para a sociedade. 

Diferentona para os grupos mais radicais.

Mas quem era Monisa para a Monisa?

Monisa sempre apresentou sinais de contrariedade. Terapia reversa, talvez? 

Monisa sempre se achou muito normal. 

Pensava sempre diferente, agia sempre tão diferente. Sentia que tinha algo de diferente em algum lugar dentro de si. 

Mas no fundo queria acreditar que diferente era quem a chamava de diferente. 

- estão todos loucos?

E seguiu-se assim, até um diagnóstico mais formal. 

A primeira vez que foi-se descoberto que Monisa era, digamos, diferenciada foi logo após o seu nascimento quando morreu por quase uma hora. 

Depois ela cresceu cheia de amigos imaginários. 

Sempre quando fechava os olhos via coisas. 

Tinha o apelido de bruxa, na escola, ainda tão pequena. 

Depois achava que era normal ser "guiada" misteriosamente aos acertos aleatórios em inúmeras situações. 

E então, quando deixou a vida de investigação, apresentou os adventos estranhos de transtornos, como a psicose, esquizofrenia e THB...

Isso resumindo. 

Não há mente que aguente. 

Não há HD mental que saiba lidar, sem no mínimo restringir consequências, com uma mente acelerada demais. 

Uma degeneração neural (neuronal).

Uma disfunção não-progressiva do sistema nervoso. 

Um probleminha de nascimento, será?

Uma alteração na atividade elétrica do cérebro...

Enfim.

Se é que existe um diagnóstico, Monisa cansou de se sentir cobaia. 

E o tratamento é realizado através de medicações que possam controlar a atividade normal dos neurônios, diminuindo as cargas cerebrais anormais. 

Anticonvulsivantes são os mais usados, suprimindo a ativação rápida e excessiva dos neurônios, porém diminuindo o QI e trazendo o risco de toxicidade; como é típico dos fármacos alopáticos. 

Ganha-se "saúde", perde-se o 'eu materno'; a complexidade de pensar. 

Enfim. É como ser roubada e só ficar com a frase: vão-se os anéis ficam-se os dedos. 

Mal sabiam os normais que os poderes de Monisa ficavam naqueles anéis. 

E no fim, tudo resumido em três palavras: drogas, psicoativos, psicotrópicos. 

O medo de se ver doente num mundo doente desse, só a deixa ainda mais doente. 

Confiar em quem?

O que, afinal, Monisa tem?


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